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Preparo um café, numa manha nublada. Noto um pedaço de papel amassado em cima do birô, que você deixou propositalmente à minha vista. Derrubo o café, manchando uma parte daquilo que parecia ser um carta. Não era uma carta, era um poema de despedida. Mas, não havia motivo para você sair correndo. Algo havia acontecido, me perguntei o que, mas não havia nenhuma resposta naquelas palavras tão desordenadamente escritas, que não faziam sentido algum. Sinto ainda o seu perfume a incensar toda a casa. Ainda com aquele pedaço de papel na mão, enxugo a infinitude de lágrimas que escorrem pelo meu rosto e recolho todas as roupas de cama manchadas de vinho tinto da noite anterior. Perturbada com o fato inesperado, jogo no lixo aquele poema sujo, desgrenhado, assassino, cruel, perverso, desumano, doloroso e ferino, que fez meu coração despedaçar, arder em chamas e doer com a força de um trovão. Ando pela casa vazia, fico procurando motivos pra deixar você nas minhas lembranças, não vejo nenhum. E, assim, o passageiro amor se foi.
Um belo e intenso texto,parabéns.Beijos.
ResponderExcluirGostei muitíssimo, menina Maíra. Ainda não tive tempo de participar dos desafios desse grupo, que você me convidou, mas te ler me fez ficar com uma vontadezinha =D
ResponderExcluirBeijo